GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

 

 

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A região da Bacia Hidrográfica da Pampulha insere-se na unidade geomorfológica denominada Depressão de Belo Horizonte ou Domo Belorizontino. Seu relevo é tipificado por espigões e colinas de topo plano a arqueado e encostas policonvexas de declividades geralmente suaves ou em forma de anfiteatro. Feições côncavas resultantes da estabilização de antigas voçorocas são comuns na paisagem local. As maiores altitudes encontram-se no espigão do vale do Engenho Nogueira, entre 970 e 1010 m de altitude, e as cotas mais baixas, na foz dos tributários diretos da Lagoa da Pampulha, a 800 m. 

 

A bacia da Pampulha pode ser dividida em três compartimentos morfológicos:


1. Topo de morro: com declividade baixa a moderada até a quebra do relevo da meia encosta. Sua morfologia é convexa favorecendo o escoamento hídrico difuso e a infiltração de águas pluviais;


2. Meia encosta: locais de declividades moderadas a muito altas onde ocorrem os principais problemas erosivos. Localizam-se às margens da BR-040 no bairro Engenho Nogueira (sub-bacia do Mergulhão), e nas fazendas Boa Vista (sub-bacia do Sarandi) e Confisco (sub-bacia do Bom Jesus);


3. Vales: de fundo chato que contrastam com trechos de drenagem encaixada. O desmatamento de cabeceiras e matas ciliares, praticados em quase todos os cursos d’água da Bacia, associado à urbanização descontrolada, desencadeadora de processos erosivos, provocou um assoreamento dos leitos dos córregos permitindo a formação de bacias aluvionares extensas.


A drenagem apresenta um padrão, com direções coincidentes de fraturamento do embasamento, que demonstram a submissão da drenagem ao padrão estrutural. O substrato ou embasamento cristalino da Bacia da Pampulha é formado por rochas granito-gnáissicas do chamado Complexo Belo Horizonte, que apresentam as seguintes características: rocha eruptiva composta de três minerais essenciais - quartzo, feldspato alcalino e micas. A textura é, geralmente, granular, na qual apareceram elementos passíveis de serem apreciados a olho nu. A densidade do granito oscila entre 2,55 e 2,75. O granito aflora em grande quantidade no complexo cristalino brasileiro, geralmente associado ao gnaisse. A decomposição do granito nas áreas intertropicais de clima úmido se faz com grande facilidade, e a rocha como que se funde sobe a ação dos agentes de decomposição.


Diques de rocha básica (intrusões magmáticas) formam espigões de médio porte e se alteram para solos vermelhos argilosos, com coesão maior que a dos solos oriundos de rochas gnáissicas. Diques clásticos são fraturas verticais a subverticais no Complexo Belo Horizonte, que podem estar preenchidas por material detrítico originando os diques cláticos, que possuem orientação E-NE, mas podem ocorrer na direção N-NW. O material de preenchimento é um arenito silicificado mal selecionado, com grãos de quartzo e feldspato ocorrentes no município de Contagem. Apresenta granulometrias diversas, estruturas variadas e direções coincidentes com o fraturamento dos gnaisses encaixantes.


As formações superficiais são representadas por solos residuais silto-argilosos ou silto-arenosos, e geralmente são de grande espessura (manto de intemperismo) e alto grau de evolução pedológica. Estas formações também são representadas por depósitos aluvionares associados aos principais cursos d’água. Outro tipo de característica do relevo é o resultado da ação antrópica, que também é considerado como uma das formas de maior importância a ser estudada, devido à rápida relação dos processos erosivos com que esta se relaciona. No caso da Bacia percebe-se que o uso do solo ou do relevo tem várias formas. A forma natural e menos agressiva da paisagem é a representada por colinas e baixadas, ocupadas por pastagens, das fazendas da sub-bacia do Córrego Bom Jesus. Já os bairros densamente povoados presentes na maioria das micro-bacias, com a ocupação de moradias, próximas aos leitos dos córregos, em áreas de declividade acentuada, modificam a paisagem através de aterros e cortes. Este tipo de uso do solo pode desencadear processos erosivos que são fundamentais para o processo de degradação ambiental das bacias hidrográficas. As indústrias presentes na bacia do Córrego Sarandi, com grandes áreas de construções e galpões, também promovem mudanças no relevo natural.