VEGETAÇÃO

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Por estar dentro dos limites de duas das cidades de maior população do Estado de Minas Gerais, a forte ação antrópica descaracterizou por completo a cobertura vegetal que originalmente ocorria na região. Tal cobertura era formada pelo Cerrado e pela Floresta Estacional Semidecidual, mas hoje é um misto de manchas de vegetação secundária em diferentes estádios de regeneração natural e manchas de culturas agrícolas e pecuárias.


Cerrado é a denominação brasileira para a formação americana mais geral conhecida como Savana. O termo Savana está associado à fisionomia, indicativa da presença de árvores espaçadas. Os Cerrados brasileiros estão incluídos no bioma Savana da classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística por um critério artificial, para se encaixar em uma classificação de cunho global. Porém, as características dos Cerrados são bastante singulares, predominando uma estrutura formada por dois estratos distintos, um arbóreo, semi-decíduo durante a estação seca, com árvores em geral pequenas e retorcidas, dispostas espaçadamente sobre um segundo extrato herbáceo, composto por gramíneas, subarbustos e arbustos. Dependendo da presença e do porte das árvores e arbustos, o Cerrado é dividido em campo limpo, campo sujo, campo cerrado, cerrado sensu stricto e cerradão.


O campo limpo corresponde à vegetação baixa formada por um conjunto herbáceo-graminoso com raros subarbustos ou arbustos muito distanciados entre si. O campo sujo é formado por vegetação campestre com denso manto graminoso, sobressaindo algumas árvores e arbustos de pequeno porte. Campo cerrado é uma forma um pouco empobrecida estrutural e floristicamente em relação ao cerrado sensu stricto, este em geral formado por um conjunto arbóreo-arbustivo baixo, de indivíduos mais ou menos distanciados no limite de suas copas. Por fim, o cerradão relaciona-se ao cerrado pelas características morfológicas das plantas que o compõem. Estruturalmente compõe-se de três estratos: um superior com árvores de até 12 m de altura, eventualmente com algumas emergentes de até 18 m, um estrato mediano formado por arbustos ou arvoretas de até 3 m e um estrato inferior herbáceo bastante reduzido. A mata ciliar é comumente encontrada entremeando o Cerrado, tipicamente ao longo das linhas de drenagem, normalmente localizadas nos fundos de vales, não apresentando caducifolia durante a estação seca.


O conceito de Floresta Estacional Semidecidual, no caso presente, está condicionado a estacionalidade climática, marcada por épocas de chuvas no verão, seguidas por estiagem acentuada. Neste tipo de vegetação o percentual de árvores do conjunto florestal que perdem as folhas no período seco, se situa entre 20 e 50%.
A vegetação secundária é uma formação provocada pela ação antrópica. São áreas onde houve intervenção humana para uso da terra, descaracterizando a vegetação original, com posterior abandono do uso, gerando uma reação de nova colonização. As atividades agrícolas são caracterizadas pelo cultivo de culturas cíclicas para diversos fins, incluindo as pastagens para alimentação de animais domésticos.


De acordo com o Estudo Hidrogeológico da Bacia da Lagoa da Pampulha, elaborado pelo serviço Geológico do Brasil (CPRM) em 2001, com base em fotografias aéreas, observa-se que as maiores áreas cobertas por vegetação encontram-se em Contagem. As áreas de mata formam manchas isoladas e dispersas na Bacia, com maior concentração nas cabeceiras do Córrego Bom Jesus, afluente do Córrego Água Funda, e em algumas áreas de preservação ambiental de Belo Horizonte (Fundação Zoobotânica, Parque Ursulina Andrade de Melo e BHTec da UFMG).